"A história é a filosofia inspirada nos exemplos."
Dionísio de Halicarnasso

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sinos da Igreja - Antiga Torre

Sinos da torre do Santuário Nossa Senhora dos Anjos, Itambacuri - 2012.
Vista da antiga torre do Santuário. A avenida, hoje conhecida como "reta", pode ser vista ao fundo.
Vista atual.

domingo, 28 de outubro de 2012

Dr. Pedro Autran

Dr. Pedro Autran foi um dos principais responsáveis pela elevação de Itambacuri à categoria de Vila, o primeiro chefe do Executivo municipal (de 1924 a 1926), o primeiro médico a fixar residência na cidade, o responsável pela oficialização da Conferência Vicentina e pela fundação do Hospital São Vicente de Paulo.

 
 

Primeiro chefe do Executivo municipal

Quando foi criado o município de Itambacuri, no ano de 1924, era preciso organizar o poder Legislativo – que seria o responsável pela administração e nova organização política. O decreto estadual 6541, de 14 de março de 1924, estabeleceu os dias 20 de abril e 18 de maio para que fossem realizadas, respectivamente, a eleição dos vereadores e a instalação do novo município.

Procedendo de acordo com a determinação legal, Itambacuri elegeu como seus primeiros vereadores:

Vereadores Gerais: Cel. Pedro Avelino Pinheiro, Pedro Autran e Marcelo Esteves Guedes;
Vereador pela sede: Manoel José de Magalhães;
Vereador pelo distrito de Frei Serafim: Júlio Esteves Lopes;
Vereador pelo distrito de Igreja Nova: farmacêutico João Antônio da Silva Pereira;
Vereador pelo distrito de Aranã: Amadeu Onofre.

Em seguida, no dia 18 de maio, foi realizada a instalação da Câmara Municipal de Itambacuri, que teve como seu primeiro presidente o Dr. Pedro Autran. O cargo era o de Presidente da Câmara e Agente Executivo, o mais alto na esfera municipal – que hoje seria equivalente ao cargo de prefeito. A gestão aconteceu de 1924 a 1926.

Na “Ata da sessão solene da instalação da Câmara Municipal do Itambacuri” tem-se o registro do discurso de Dr. Pedro Autran, onde consta o juramento proferido: “Juro por Deus cumprir lealmente o meu dever de Presidente da Câmara e Agente do Município de Itambacuri, promovendo, quando em mim couber, seu bem-estar e prosperidade”.

Na mesma ocasião, foram eleitos como vice-presidente Pedro Avelino Pinheiro e como secretário João Antônio da Silva Pereira.

Dr. Pedro Autran contou com a importante colaboração do professor José Vicente de Mendonça, que ajudou na organização jurídica do município e foi o 1º Diretor da Secretaria do Poder Executivo.

Conferência Vicentina – Hospital São Vicente

Dr. Pedro Autran presidiu a Conferência Vicentina na segunda diretoria, que teve início em 14 de janeiro de 1917. Em sua gestão, a Conferência ganhou personalidade jurídica, com organização e registro de seus estatutos.

No dia 25 de novembro de 1917 a Conferência Vicentina Nossa Senhora dos Anjos recebia a Carta de Agregação, que correspondia ao reconhecimento de legitimidade pelo grau máximo internacional da Sociedade de São Vicente de Paulo.

A 6 de abril de 1918, Pedro Autran lançou a pedra fundamental do Hospital São Vicente de Paulo – o primeiro de Itambacuri.

Faleceu na cidade de Rio Vermelho – MG, onde também prestou relevantes serviços como médico, político e inspetor escolar.

Rua Dr. Pedro Autran

Em Itambacuri há uma rua que leva seu nome, uma singela homenagem a este cidadão que figura na nossa história. Na foto abaixo, pode-se identificar melhor a localização.


Fontes

- PEREIRA, Serafim Ângelo da Silva. Itambacuri e sua História, volume II, 1990.
- PALAZZOLO, Frei Jacinto de. Nas Selvas dos Vales do Mucuri e do Rio Doce, 1973.
- Revista Itambacury Ano 100.

sábado, 27 de outubro de 2012

Índios Maxacalis em Itambacuri

Os índios diretamente ligados à história itambacuriense são os Pojixás, também conhecidos como Botocudos (denominação genérica). Muito do que se sabe sobre eles é fruto dos esforços de frei Agostinho (Ramiro Francisco), um estudioso franciscano falecido já há alguns anos. Mas é outra etnia que nos chama a atenção neste momento.

Os índios Maxacalis, historicamente, também fazem parte da realidade de Itambacuri. Normalmente, de uma maneira pela qual não se pode sentir orgulho – como no exemplo mostrado na foto abaixo. Algumas vezes, a cidade recebe grupos inteiros, famílias com crianças, todos de passagem para algum lugar. Por que saem? Será que chegam? Quem saberia responder?

O fato é que eles migram, como é (ou foi) o costume das tribos. Só que hoje o cenário é bem outro e eles amargam os sinais do abandono. Fome e doenças na aldeia, escassez de todo tipo e a saída, qual seria?

Visões como essa provocam reflexões substanciais. Muitas vezes vivendo de esmolas, desterrados, embriagados, os Maxacalis sofrem os efeitos de políticas assistenciais pouco eficientes e de uma “cultura da aculturação” que nada tem do espírito de preservação da vida, da dignidade humana, e da história - princípios estes de qualquer sociedade bem sucedida.
Família de índios maxacalis na Praça do Monumento em Itambacuri - 2012.
Quem eles representam?

Os maxacalis constituem um grupo indígena que habita três porções de terras descontínuas nos municípios de Santa Helena de Minas, Bertópolis, Ladainha e Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, nordeste de Minas Gerais. Em 2008, somavam 1.460 indivíduos.

Crianças maxacalis. Foto de Charles Bicalho / UFMG.
Os maxacalis - palavra em língua desconhecida, aplicada pela primeira vez na área do rio Jequitinhonha - não podem ser identificados como um único grupo, mas como um conjunto de vários. A denominação decorre desses grupos se articularem politicamente como aliados e terem se aldeado conjuntamente, sobretudo após 1808, quando ocorreu a invasão sistemática de seus territórios e se ampliaram os conflitos com outros grupos, particularmente com os denominados Botocudos.

As aldeias, em decorrência do avanço da sociedade dominante, terminaram por ser isoladas em termos geográficos, e os vários grupos rituais passaram a ser identificados nos documentos oficiais e particulares como tribos distintas.
Essa identificação diferenciada se manteve até o final do século passado, ainda que os observadores ressaltassem que a língua e a organização social eram as mesmas. Além disso, esses grupos sempre se aldeavam em conjunto, formavam confederações defensivas e usavam a mesma tática de estabelecerem alianças com os colonos para poderem enfrentar os inimigos tradicionais.


Fontes

- Boletim da UFMG - Cura pelo respeito às tradições.
- Enciclopédia dos Povos Indígenas do Brasil - Maxakali.
- Wikipédia - Maxacalis.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012